terça-feira, 16 de setembro de 2014

VIAGEM PARA AS TERRAS ALTAS

A viagem para Karanos se inicia pela saída sudoeste de Thelsamar, seguindo a Estrada dos Conquistadores entre os campos férteis à esquerda e as colinas cantantes à direita por todo o dia até o acampamento dos Vigias Cinzentos. 

Na manhã seguinte,segue-se então até o posto sul de vigia e algumas horas depois, deixa-se o vale , cruzando o memorial dos conquistadores e iniciando o caminho até o portão de passagem sul. No meio do próximo dia estarão diante do portão. Imperiais guardam a entrada. Eles apenas observam enquanto as caravanas entram no grande túnel que vai atravessar a montanha por 5 dias até as terras altas: O passo da Rocha Talhada.



Por 5 dias, os infindáveis corredores do Passo da Rocha Talhada impressiona a todos.  Pela grandiosidade e pela beleza da obra. Os túneis seguem kms a fio, sempre no mesmo grau de inclinação e é grande o suficiente para 2 carroças passarem. Caminhos menores alternativos servem para os que viajam a pé e 1 entresposto por dia recebe os anões cansados ou com problemas nas carroças. O mais impressionante fica no meio do caminho, uma grande estalagem chamada: O colosso negro. Comida deliciosa e serviço de primeira bem no meio da montanha.

Um dos salões do Colosso Negro

No meio dia do sexto dia , enfim, o passo fica para trás. Uma lufada de vento gelado (Temperaturas variam de 2 a -10 a noite) recebe os viajantes, e a paisagem que se apresenta é branca e cinza. O ar a 1.500 m de altura acima do Vale dos Reis (que já é uma terra alta 1000 m) é notavelmente mais ralo. Uma fortaleza imponente foi construída acima da saída do túnel e mantêm seus portões vigiados.

A frente: o Caminho do Ferro, uma grande estrada pavimentada e sinalizada que segue pelas Terras altas. Placas indicam como pontos principais, Karanos, Rancho Ferro Âmbar, Pedreira Gol Bolar e Lago Helm para Oeste, Estação Dun Algaz para norte. Fora isso, pequenos paineis indicam os inúmeros vilarejos, tabernas e fazendas dessa parte do reino. Montanhistas de capas verdes-musgo tiram dúvidas de viajantes confusos. São os famosos Capas-verde. Montanhistas treinados nas montanhas de gelo que cercam Alta-forja.  




segunda-feira, 7 de outubro de 2013

O SEGREDO DA MINA DE PRATA

   



Localizada quase no centro do Vale dos reis, e ultimamente palco de tragédias,a Mina Pedra-funda sempre foi, segundo o antigo dono um negócio promissor. Mesmo não possuindo produção extra de prata, Ga´ur Pedra-Funda sempre apostou suas fichas naquele lugar. Cravada na rocha, a mina sempre foi a fonte de prata do Vale, mas perdeu o posto depois do massacre causado alguns meses atrás. Isso causou atraso na produção de alguns itens manufaturados, pois a prata precisava ser importada de fora, dando prejuízo aos artesãos.

Porém, a mina tem um novo dono. Baldrakur Barba-Pétrea. E prometeu para as irmãs Pedrafunda, que lhe venderam a mina, que faria o melhor por ela, reconstruindo-a, melhorando-a e produzindo, como fazia seu falecido irmão, a melhor prata do Vale.

Depois de iniciada a prospecção de pedreiros e material para reconstrução da Mina, Baldrakur encontrou junto com uma bela pepita de pura prata um diário pertencente ao último dono. Coisas sombrias se revelaram ali naquelas folhas.


Percebe-se pelo conteúdo do diário que Gaur Pedrafunda era um exímio administrador de pessoas. Ele pesquisava a vida de seus contratados a fundo só aceitando os anões do mais ilibado comportamento, sabia o nome de cada um de seus mineiros e enviava mensalmente cestas de alimento a suas famílias.

Também era um detalhista (o que já se notava pela forma com que organizou o livro de contabilidade e estoque da mina),  falando sobre cada veio que havia descoberto. Mas parece que no último ano havia encontrado algo anormal, e é disso que se tratam essas linhas. (informações destacadas, pois ele escrevia todos os dias)

11 meses atrás.

 * Mais um dia de escavação tranquilo, mas Gorge Justafome parece que topo com uma grande rocha no caminho, vamos ver como retira-la amanhã.

* Maldita rocha terei que explodi-la

* parece que a rocha é composta de quase inteiramente de chumbo. Se houver prata ela deixa de ser um estorvo para ser um prêmio.

10 meses atrás:

* Demorou muito mais do que o esperado, mas a “desmontagem” da rocha se mostrou lucrativa. A extração de chumbo daquela pedra foi superior a de todo o mês passado e encontrei um belo pedaço de prata na parte de da rocha.

Uma pequena fissura parece levar para uma caverna natural subterrânea. Vou investigar.

8 meses atrás

* Abrir o chão de rocha foi trabalhoso, mas já podemos passar um anão com segurança, 3 metros abaixo, a fissura se abriu e nos mostrou que realmente existe uma caverna. Estamos montando o elevador.

* Somente eu, Gorge e seu irmão Gurge descemos na fissura. Eu desci na frente.  Por 10 metros eu desci na escuridão, vendo apenas o chão abaixo de mim. Era alagado por água que corria silenciosa no chão rochoso. Logo que desci e iluminei o local, meus olhos se iluminaram com os veios de prata que saltavam das paredes nuas e pequenas pepitas simplesmente jogadas nas margens do leito. Um tesouro se abria diante de meus olhos.

A temperatura e humidade da caverna deixavam o clima agradável, pelo menos 13 graus. Encontrei um corredor rochoso que seguia para norte. Enquanto aguardei meus encarregados descerem. Eles tb se maravilharam com o que viam. Enquanto eu mapeava a sala, os 2 faziam medição da pureza da prata e quantidade de chumbo superficiais. Aquele lugar era quase prata pura.  Poderia explorar por anos apenas esta caverna. Ou aumentar minha produção sensivelmente.

Após horas naquele local, eu quis retornar no outro dia, mas meus encarregados estavam demasiado empolgados. Me convenceram a adentrar no corredor norte. Tb, empolgado com tudo aquilo, deixei de lado a segurança e seguimos adiante. A caverna subia vertinosamente tornando-se mais largo e mais baixo. (3x1,5). As pedras escorregadias dificultavam a subida. Chegamos a uma fissura na pedra. Por onde ouvias-se água corrente, mas era profundo, pelo menos 20 metros. Saltamos e encontramos mais 2 túneis. Seguindo pelo central desembocamos em outra câmara coberta de veios de prata. Era bom demais para ser verdade.

Foi quando ouvimos um som, de trás de nós.. um guincho, ou chiado alto. De machado em punho recuamos para a encruzilhada, mas ali nada havia. Gurge disse que um morcego da mina pode ter entrado atrás de nós. Assim eu esperava, mas nesse instante o guincho explodiu do nosso lado, e das sombras de um dos túneis, só pude distinguir 2 grandes asas púrpuras se abrindo. Nãoo consigo me esquecer mutantes dos padrões daquelas asas, eram aterrorizantes mas hipnóticos. Entre elas, olhos brilhantes escondidos em um corpo negro. Aquela coisa era muito grande e agarrou Gurge. Antes que nos déssemos conta ele berrava sendo dilacerado pelo que devia ser as garras da criatura. Gorge a atingiu, ela guinchou e uma nuvem escura tomou o local. Comecei a me sentir fraco e confuso. Foi quando Gurge gritou: CORRAM TOLOS e empurrou a criatura para dentro do túnel de onde ela saiu. Tive que puxar Gorge para longe da encruzilhada. Descemos em uma velocidade alucinante escorregando pelas pedras.. Cheguei a quebrar o pulso no impacto da descida. Logo estavamos na caverna principal subindo a corda. Gorge quis retornar, mas eu o impedi dizendo: Nós voltaremos aqui preparados, não há nada que se possa fazer por seu irmão agora. Não conte aos homens o que houve. Deixe que eu falo. Gorge apenas assentiu c a cabeça.

Lá em cima, disse aos homens que havíamos descoberto uma mina de gás venenoso e Gurge havia caído nela. Mandei que se sela-se o buraco e nunca mais aberto.

6 meses atrás

*Gorge n retornou de sua viagem ao norte. Um montanhista achara seu corpo na estrada. Malditos bandidos. Enviarei 2 anos de salário para a família dele. Talvez assim, minha culpa não me atormente tanto. Antes de partir, Gorge disse que procuraria os Senhores das Rochas para dizer o que aconteceu. Discutimos e ele então se foi.

*Todos os dias visito o selo que construímos na fissura. Mas hoje tive certeza que vi a rocha de toneladas se mover. Mandarei construir vigas para fixar o lugar.

*Talvez Gorge tivesse razão, os senhores das rochas poderiam resolver o problema do meu veio e não apenas fecha-lo. Temo pela vida de meus mineiros. Durante o amanhecer e durante o por do sol, posso ouvir arranhões vindos do outro lado da pedra,


DE FLORES E VINGANÇA

Marcado para vigésimo dia do mês das estrelas, 61 dias após o pedido formal de Gond, o Casamento de Gond Canto-Sombrio e Grina Cevaprata. Talvez o evento mais esperado dos últimos tempos. Todos gostariam de ver Gond, o herói local se casando com a bela Grina, principalmente depois do último duelo pessoal com o jovem Rocha-Pura. Aquilo sim, era um casamento de anão.

A cidade se prepara para a grande festa que Osmos ofereceu aos noivos. Nos 2 últimos dias, carroças carregadas de flores brancas e amarelas chegaram as fazendas que estão de portas fechadas para visitantes até o dia da festa.

Peixe fresco está sendo trazido da vila Peixe-fresco, e quilos de carne nobre de cordeiro vem dos pastos Cevaprata. Além disso, uma infinidade de legumes e frutas são descascados e preparados pelas empregadas e mulheres do clã. Espera-se que toda cidade compareça aos festejos. Muitos barris de Malte-do-trovão e Olho de dragão foram bem acondicionados no entorno do pátio onde será a festa. Doces e pães também serão servidos junto com 3 grandes javalis assados no vinho. Os Canários farão uma grande apresentação no palco e tocarão por toda a noite, culminando em uma apresentação da própria mama Grenda. Essa aliás é só lágrimas e prepara um enxoval para o casal. "Gond, meu caçula, o primeiro canário a sair da gaiola nos últimos 23 anos".

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Grina Cevaprata

Dia 20 do mês estrelas, a cidade já amanhece animada, os primeiros anões chegam a fazenda cevaprata e são recebidos com um grande café da manhã. A noiva está linda em um vestido verde enfeitada de flores. Quanto ao noivo... bem..


Gond desvia de um soco, mas somente para receber uma cadeirada no flanco esquerdo. Seu cunhado estava no chão, inconsciente após receber um barril na cabeça. Logo ele que pegaria os 12 anões da direita. Os 8 ainda de pé da esquerda começavam a cercar Gond, que lembrando-se que sua noiva deveria estar esperando-o com um cutelo em mãos tratou de abrir caminho porta a fora com seu cunhado nos ombros e subir no carneiro que estava estrategicamente amarrado próximo a porta. Iria se lembrar de não chamar o líder de um clã de porco sovina, covarde e sem barba... falar da barba de um anão não é seguro.

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Horas depois, quando Irmy Cevaprata começa a recobrar a consciencia e eles chegam à fazenda, um golpe da Matriarca Cevaprata volta a fazer o cunhado dormir.

POR ONDE VCS ANDAVAM, SEUS TRATES IMUNDOS?  e vc, gond? nem entrou pro clã e já vai nas idéias deste ai?? Já tomar um banho, estou tentando tirar o cutelo das mãos de sua noiva.

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Durante todo o dia a festa transcorre sem imprevistos, contando inclusive com 2 boas brigas perto das fossas. Pão sovado com carne de cordeiro é servido junto com sopa de legumes e queijo. Cerveja à vontade dá p clima da festa que conta com a famosa disputa de queda de Braços (onde Barba-pétrea, vencido, amarra o teoricamente campeão como um cabritinho sobre a mesa) e do costumeiro concurso de "beber até cair". Nessa parte, o vencedor (somente por ter caído de cara na mesa em vez de costas no chão)  foi o descamisado paladino.

Anoitece, e o velho Lars celebra a união dos 2. “ sob os olhos de Dagda eu os uno como uma rocha só."

Gond presenteia seu sogro com um carregamento de Jack Carvonada e um belo barril de Randy Estrada Selvagem ( considerada a melhor cerveja do mundo, segundo os juízes da última festa da cerveja. Em troca ele lhe entrega a bela Grina, e mais tarde,(não antes de decidir se seria um Cevaprata ou Cantosombrio) um pequeno terreno com uma cabana na parte sul de suas terras. 

Danças, mais bebida, presentes dos diversos clãs e viajantes. E Gond descobre que Grina está grávida. "GOND, lembra daquele nosso passeio pelas colinas cantantes? Depois dele nós dois seremos três."

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Pouco antes da meia noite, durante uma conversa com Osmos, um cunhedo entrega um bilhete para Gond dizendo “Aquele generoso anão das terras do fogo, mandou uma garrafa de um delicioso licor para as senhoras do clã, já lhes foi servido aliás. lhe trouxe o bilhete que ele gentilmente escreveu.“

..... daqui pra frente o Gond conta.

SOMBRAS NO HORIZONTE & E A NOITE DOS VELADOS

Depois da tragédia que se abateu tão repentinamente sobre o jovem Dargo Rocha-pura e ainda sobre Krudd e 5 outros anões fica a questão: O que queriam os ogros na Mina de prata? será que teriam um encontro com alguém? pelo menos foi o que pode se inferir pelas pegadas achadas na mina.

E, será que esse encontro, se for o caso, tinha algo a ver com o ataque dos kobolds? Com o "sharrum"? O espírito amaldiçoado de Tugab, o líder do bando aguarda para ser interrogado pelo primeiro clérigo poderoso o suficiente que pisar na cidade. Talvez perguntas bem direcionadas elucidem um pouco mais o caso que se envolve em brumas escuras e perniciosas. Alguns anões evitam falar dos acontecidos, pode trazer má sorte.

Quanto ao Capitão Martelo Atroz, ele continua trancado em sua fortaleza e nada fez desde que Hrum caiu na Batalha do Vale da Pedra Lascada. Não quer ver ninguém e ninguém o vê.

São tempos negros para o Vale-dos-Reis. Espera-se que com a reconstrução da mina peo Barba-pétrea, a sombra de morte dali se dissipe. 




-----------------   01 MÊS APÓS O EVENTO COM OS OGROS - DIA 20 DO MÊS DAS FLORES

Thelsamar encontra-se agitada, tanto com a notícia de que na distante Karanos, já se prepara a cidade para a Grande festa da Cerveja, quanto para os preparativos de logo mais a noite. É que hoje, no vale, é o dia de relembrar os que pereceram na tragédia de Thor Modan, onde 2 mil anões pagaram pela cobiça e traição de uns poucos.

Uma grande mesa foi montada na praça de comércio, onde um jantar será servido aos anciões que contarão suas lembranças e entoarão cânticos de paz.

O romance de Gond e Grina já é público e os dois passeiam livres pelas campinas dos Cevaprata. Uma vez que foi feito o pedido formal, eles não são mais motivo de fofoca. 

A noite chega, e com ela o jantar e as histórias. Todos os anciões, exceto o capitão Marteloatroz e o explorador Barba-curta  estão presentes e Mama Grenda é a primeira a recitar as histórias que sua mãe lhe contou, e, a cada frase, um outro ancião acrescentava outra lembrança ou fato:

_ "Construída para ser a primeira cidade do vale, Thor Modan se ergueu rapidamente durante a primeira marcha dos conquistadores. Idealizada assim como a poderosa Altaforja, a cidade/forte foi escavada e moldada na rocha pura, bem na base das montanhas que cercavam o vale a Oeste.

Dizia-se que a prata que brotava de Thor Modan inundaria de riquezas o vale dos reis. Até mesmo gigantes foram usados como escravos para escavar as famosas minas da cidade.


Mas, 1 década depois de sua construção, abateu-se sobre a cidade um terrível mal gerado pela cobiça de alguns: Arkondas e Nargras, 2 dragões de prata surgiram dos subterrâneos da cidade. Na forma de anões, tentaram negociar a divisão das terras, mas, depois de 3 dias, nada havia sido concedido aos dragões e estes, fizeram um aviso aos anões que invadiam sua casa: “Saiam de nosso lar ou os expulsaremos nós mesmos.” Aproveitando-se da ausência de Kardros Martelo-selvagem e Madoran Barbabronze, Trastus Sangue-de-prata, líder do orgulhoso clã que regia a cidade recusou-se a sair ou a negociar e então matou Nargras, assassinando-o. A fúria de Arkondas recaiu de tal forma sobre a cidade que nem sequer houve tempo de enviar ajuda.  Todos pereceram, exceto as crianças, cuja cobiça dos mais velhos, ao tinham culpa. Duas mil cabeças de anão fora deixadas muralhas de Thor Modan.

Dias depois, quando questionado sobre vingança ou retaliação, Madoran Barba-bronze deu as ordens para que as ruínas se tornassem lugar proibido por 3 séculos e disse em resposta: eu faria o mesmo que Arkondas fez, que esse dia seja lembrado por todos e que sirva de lição a todos nós e os que vierem depois de nós.

Hoje, é o dia em que se ascendem fogueiras e se entoam canções de paz para os 2 mil anões que pereceram aquele dia. Hoje fazem 300 anos em que foi proferida a proibição pelo respeitado conquistador..." 

Uma voz mais alta corta o discurso dos anciões:  E hoje, essa proibição tem seu fim. !

Um anã velhíssima apoiada em um cajado invade a área reservada aos anciões. 4 anões o cercam, com capas, mas visivelmente vestidos com meias-armaduras. Mais trás, percebe-se que outros aguardam de longe.

Malte do trovão, furioso ergue-se de sua cadeira: Quem vc pensa que é para interromper os rituais da Noite Velada?... Em seguida, o corpulento malte do trovão assusta-se com algo que viu na anã e se cala... Sim, meu jovem... vc reconheceu bem esse brasão. Sou Asabelle Sangue-de-prata, a  última de meu clã e eu, meu jovem, vivi aquela noite em que Arkondas ceifou a vida de 2000 anões. Sou também, por poder de meu sangue, regente de Thor Modan.
 
Asabelle Sangue-de-prata

Osmos, percebendo o clima tenso, se adianta em ser cortês: Ora, seja bem-vinda Matriarca Sangue-de-prata, vcs e os seus são bem vindos e nossos ritos. E estamos ávidos pela sua versão da história. (os outros anciões apenas aceitam com a cabeça). A velha, toma seu lugar onde seria o lugar de H’rum. Sendo servida de cerveja pelo descamisado paladino, ela olha a todos em torno, o cochicho do povo se tornara alto e ela então bate com seu cajado no chão de pedra fazendo um estrondo. A voz da velha é alta e podrosa:

"Me parece que a história não foi contada como deveria: não que tenha sido mal contada ou que o final educativo não tenha seu mérito... mas gostaria de contar a minha versão da história, e que a verdadeira adentre os corações daqueles que souberem diferencia-la de contos e fantasias.

Pois bem, o que não é contanto é que Thor Modan, Cidade de prata ou Jóia dos conquistadores foi escavada com o sangue e esforço de meus ancestrais. Somente se ergueu porque os Sangue-de-prata se dispuseram a tal feito. E somente FOI VIÁVEL porque MADORAN BARBABRONZE quis explorar aquele imenso e infindável veio de prata. Ele vislumbrou o futuro glorioso do vale baseando-se nas terras férteis, nas florestas de madeira boa e principalmente na imensa mina de prata que haviam descoberto os seus.

Doze anos depois de construída, a cidade – fortaleza parecia inexpugnável e legiões de anões já mostravam interesse em descer as terras recém-descobertas. Foi dada a regência de Thor Modan aos de meu clã, sempre que Maldoran não estivesse presente e nestes dias de glória ele guerreava cantra kobolds bem aqui nessa região de colinas verdes e campos férteis. Me lembro de minha mãe, nos jardins suspensos, me ensinando como plantar beterrabas e tomates cereja em vasos acima do chão.

Lembro também do dia em que o casal de anões, com olhos e barbas prateados vestidos em mantas brancas surgiram de dentro da mina. Ele Arkondras, ela, Nargras, a mim pareceram um par de heróis épicos caminhando entre os mortais. Eles impunham um imenso respeito a todos nós da cidade que os víamos subir as escadarias de pedra até a fortaleza.

Por três dias as portas da fortaleza e também as da cidade (por ordem de um jovem capitão Barba-bronze) se mantiveram fechadas, muitos queriam sair ou entrar, mas não foram permitidos pelos guardas.

Na manhã do terceiro dia, meu pai desceu até a cidade e conversou com o povo que aguardava. Ele nos disse que havia decidido fechar a mina, mas que Thor Modan não morreria por causa disso. A fúria entre os ouvintes foi instantânea. Percebendo que os causadores daquilo eram aqueles estranhos anões, muitos começaram a agredi-los verbalmente. Então eles retornaram para a fortaleza, e nós também. Naquela noite ouvi gritos de dor e horror e um rugido ensurdecedor, que deve ter acordado toda cidade. Lembro de minha mãe entrar desesperada em meu quarto, dizendo que o jovem capitão Barba-bronze havia cavado a cova de todos nós. Lembro-me da porta de meu quarto ser moldada em uma passagem e aquela cabeça prateada e reptiliana imensa entrando por ela. Ela olhou para mim, e minha mãe acertou-a em cheio com o machado de meu pai; a criatura recuou, mas então, em seguida, minha teve metade do corpo arrancado pela mandíbula da criatura. Novamente ela olhou para mim, ela percebeu meu ódio e eu o dela. Ficamos assim por não sei quanto tempo. E então ela se foi. Durante toda a noite que se seguiu ouvi os gritos dos anões ecoando por toda a cidade.

Pela manhã, caminhei na companhia de outras crianças em direção a porta, agora aberta. Lembro que ela se fechou, depois que todos nós tínhamos saído. Lá fora, outros anões nos acolheram... bem, todos conhecem as palavras de Maldoran.

O que não se conhece é que quem matou Nargras não foi o meu pai, mas um barba-bronze. E Maldoran sabia disso, para que a culpa não recaísse sobre o seu nome, escondeu a verdade e proferiu as palavras genéricas que livrariam seu nome da vergonha e da desonra.

Nesse momento do discurso, o velho Malte do Trovão se ergue novamente: espere ai sua velha, está difamando anão mais bravo e corajoso que pisou nestas terras... Os anões Sangue-de-prata Poe instantaneamente a mão em suas armas. Mas param c um movimento da velha.

Como eu disse, caro Malte do Trovão, é a MINHA versão da história, deve respeita-la como respeito a sua. Ademais, já estou de saída. Só gostaria de deixar um convite àqueles que desejam, como eu, reconstruir Thor Modan. Um grande contingente de anões está se reunindo nas cercanias da cidade. Iremos entrar, e reconstruir o que foi destruído. Se Arkondras aparecer, negociamos com ele, como deveria ter sido feito há 300 anos.

Vc é Louca, E vc cego.Aguardarei e receberei a todos que queiram participar do renascimento da jóia dos Conquistadores.

... a discussão sobre o fato segue por toda a madrugada, e os ritos à paz não podem ser retomados... amanhece outra vez no vale dos Reis.

sábado, 28 de setembro de 2013

POR KRUDD QUEIXO-DE-FERRO



Na manhã do dia 14 do mês da espera, os heróis de Thelsamar retornam cabisbaixos. Apesar de terem trago 7 cabeças de ogros, e salvo a vida do jovem Rocha-pura, o grupo parecia incompleto. Em uma carroça de madeira simples, o grupo trazia o corpo de Krudd Queixo-de-ferro. Mesmo sendo um novo companheiro, até desconhecido  e de modos rudes, o bárbaro das planícies do trovão, desde o começo, mostrou ter um coração leal e corajoso. 

E foi por lealdade que morreu ajudando Gond Canto Sombrio a vencer a aposta com o anão das terras do norte.

Uma grande pira foi acesa, cantou-se e bebeu-se por toda noite em sua homenagem e em homenagem aos anões perdidos naquela madrugada. 

Viva sempre Krudd Queixo-de-Ferro. E que Dagda o agracie nos salões dos heróis.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

OS NOVOS PROTAGONISTAS

Há cerca de 400 anos, quando as guerras contra os gigantes estavam em seu auge, Drar Barba-Pétrea, um explorador de minas destemido e mal visto por sua fanfarronice exacerbada descobriu um antigo templo subterrâneo que parecia reverenciar algum aspecto da terra (elemental) . Por não ser de arquitetura gigante, decidiu estudar aquelas escritas que se referiam aos titãs que criaram e moldaram o mundo a partir da rocha e do metal. Ali, Drar descobriu que as alegorias enânicas sobre o primeiro anão ter sido moldado a partir do pensamento sólido de Dagda (o deus criador)  poderia ser mais do uma lenda. Décadas de estudo naqueles salões de rocha deram a Drar a percepção de que havia um elo energético real entre a terra (e tudo o q existe nela) e os anões. Ele descobriu que era possível também manipular essas energias. Drar, desenvolveu a habilidade de fazer essa manipulação, conseguindo simular por alguns instantes em seu próprio corpo algumas propriedades da rocha e do metal: como dureza e resistência. 

Como aplicar aquilo em prol do Martelo de Ferro que estava por surgir? Drar teve a idéia de desenvolver um estilo de combate onde poderia aplicar essa energia diretamente. As armas grandes ou densas demais não podiam receber as propriedades, mas armas mais leves e menos densas conseguiam... Quebrou seu machado e desenvolveu um estilo de combate desarmado. Em 30 anos já exibia suas habilidades em campo de batalha e se tornou famoso atraindo guerreiros que desejavam lutar como ele. 

Mas, apenas os que treinavam no templo aprendiam como "dobrar" as energia da terras. Se tornando assim, os primeiros e raros Dobradores de Rochas.

Com o fim das guerras e fixaçao do reino, no entanto, os Barba-Pétrea se tornaram apenas mais um nome de clã guerreiro a se lembrar durante os tempos de paz.  Para não morrer de fome, se especializaram na prospecção e análise de minas, onde dizem se sentir muito bem. O clã chegou a fundar uma vila ao redor do Templo da Pedra Viva, chamada Vila Terra-Firme. 

E foi neste meio, que Baldrakur, filho de Dardaram Barba-pétrea, foi criado e treinado para ser um Dobrador de Rochas. Não haviam muitos mais, seus primos preferiram partir para fazer riqueza no norte. Drar, teme que a última geração de Dobradores termine no garoto. Mas, nem mesmo os mais velhos do clã, vêem nisso um grande problema. Afinal, quem precisa de um moldador nesses tempos pacatos?

Baldrakur, por outro lado pensa que este momento é apenas parte do ciclo. Que um dia, o reino precisará novamente dos Barba-pétrea e com esse pensamento treina avidamente todos os dias, aprimorando cada vez mais suas capacidades. Ser cada vez como a rocha é seu objetivo: impávido, resistente e paciente.

No último mês, foi incumbido de prospectar e comprar (se fosse o caso) a mina de prata no Vale-dos-reis. Explora-la e então prosperar. 


Baldrakur Barba-pétrea
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Dizem as lendas que todo anão nascido nas terras do Martelo do Trovão são amaldiçoados de alguma forma. Segundo a história, isso se deu devido a tomada sanguinária daquelas terras. Um poderoso dragão, antes de morrer, amaldiçoou a todos que tivessem em seu sangue, o sangue dos Martelo Atroz. 

O clã de Queixo-de-ferro, não fugiu a regra. Quando jovem, o velho fazendeiro Orgh teve sua mandíbula arrancada em um acidente, o que o fez recorrer a uma feita de ferro. Logo, a alcunha o tornou famoso na região.: Orgh Queixo-de-ferro, um pequeno vendedor de grãos nas planícies centrais. O clã cresceu e com ele as dívidas e o número de anões que feriam a mandíbula. Em 2 gerações, todos os anões e anãs do clã tinham algum tipo de fratura ou ferimento no queixo. 

Com Krud Queixo-de-ferro não foi diferente, aos 15 anos tomou o coice de porco selvagem e deslocou para sempre a mandíbula. Ser fazendeiro naquela época em que uma peste nas plantações assolava a planície central era duro. E Krud cresceu na miséria. Como era de costume entre os não nascidos nas altas planícies do trovão, Krud aprendeu a forma pura de lutar, sem se preocupar com as regras, os banhos e as estratégias ensinadas aos guerreiros ditos nobres. Se tornou um grande e fedido lutador, e ao atingir maturidade suficiente deixou os campos de grãos e se uniu a um grupo de mercenários (Os Rachadores) Desde então ganha a vida vendendo sua força a quem pagar bem, evitando banhos e poupando bastante, pois como ele mesmo diz; " vcs não tiveram a vida sofrida q eu tive".

Em sua missão atual Krud precisa localizar um Capitão Cavalga-Grifo que desapareceu do mapa misteriosamente. As pistas o trouxeram ao Vale-dos-reis.



Krudd Queixo-de-Ferro


quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Revelações no Alagado

Esse conto foi narrado por Gond Canto sombrio enquanto fazia uma performance de dança interpretativa na vila de Peixe Fresco.



Após 3 horas de  caminhada dentro do Bosque das Brumas seguindo as margens do riacho, o terreno começa a dar sinais de mudança: As grandes árvores de tronco retorcido dão lugar a plantas menores e mais finas com raízes mais abundantes até que o terreno, abruptamente desce e se torna uma camada lamacenta recoberta de raízes (uma espécie de mangue). Algumas poças grandes cheias de água escura se localizam aqui e ali. O coachar dos sapos enche toda região. Krudd, recém chegado das Planícies do Trovão guia o grupo (c ajuda de cuspe e sorte), resmungando que a umidade iria estragar a carne de porco engordurada que vem trazendo no cinto desde cedo. O resoluto Anão Barbapétrea continua  a não entender o que o seu companheiro de queixo quebrado diz.


Caminhar por este emaranhado de raízes se mostra um teste de equilíbrio e paciência. Nuvens de mosquitos rodeiam e incomodam, mas uma tocha providenciada por Gond Cantosombrio afasta a maioria deles. A exploração já dura 4 horas e nenhum sinal da criatura que rastreavam ou do Capitão Cavalga grifo. 

Anoitece, a escuridão e as sombras tomaram conta do Alagado e com elas a orquestra dos sapos, grilos e cigarras que habitam o local. Se antes era difícil se direcionar, agora, parece impossível, mas graças a habilidade de sobrevivência do ensebado guia o grupo consegue seguir sem se perder até dar de cara com o cadáver de um grande e decomposto grifo. Na queda quebrou muitos ossos e foi empalado por galhos  menores, mas as flechas que crivaram suas asas e o machado de arremesso no seu peito são bem visíveis.

Os principais fatos observados foram: 
*O corpo está aí a pelo menos 10 dias e pertencia a um cavalga grifo (armas da tropa gravados na armadura)
*As flechas e o machado são de manufatura enânica, mas o material da lâmina do machado chama atenção por ser um metal excluvivo do clã Ferro Negro.
*A algibeira do grifo, contendo itens de sobrevivência está intacta.
*Nenhum sinal de seu cavaleiro (nem mesmo rastros, mas o q se justifica pelo tempo decorrido e o terreno)

Após uma investigação minuciosa, e tiradas as devidas conclusões a caça à aberração continua seguindo até as margens de um lado no meio do alagado. Recoberto de lama e raízes, parece impossível andar por ele. Mais uma vez cuspe do guia e o bom senso dos exploradores  decide por margear o lago em busca de rastros.

Minutos depois, algo chama a atenção dos rastreadores: há algumas dezenas de metros a frente, uma luz como a de uma tocha se move lentamente, (Gond apaga a sua tocha imediatamente) . Seguindo com cautela, o grupo de anões segue até uma clareira, onde se ergue uma ruína de pedra e sobre um chão de grandes blocos, um altar. O conjunto parece antiquíssimo, a raízes já tomaram conta de sua estrutura. Uma lança jaz quebrada sobre o altar. O material de que é feita a sua ponta emana uma fraca luz alaranjada.


Após uma atrapalhada percepção de de uma presença maligna próximo ao altar. Krudd e o paladino avançam em direção a ele, enquanto o Dobrador de Rochas e Gond se esgueiram pelos lados. Porém, devido a falta de cuidado Krudd dispara uma aramadilha de lanças que saem do chão ferindo a ele e ao paladino. Resmungando, Krudd destroi as lanças e continua impassível até o altar tomando em suas mãos a lança e em seguida passando para o paladino que começa a analisa-la.

Quase que instantaneamente, uma descarga elétrica queima o flanco de Krudd que ergue seu martelo e olha para o que causou o ferimento. Uma espécie chama branca flutua bem próxima ao ombro do enlameado anão que tem a impressão de ver a sombra d um crânio em seu interior. "Um Fogo Fátuo!" pensa Gond que já avaliava o bloco de pedra par asaber se ali haveria alguma armadilha. Do outro lado, o Dobrador de Rochas fazia o mesmo já traçando sua tática de combate. A criatura ainda ataca com outra descarga o anão fedido e então faz c que sua sua chama se extingue, desaparecendo. Mas o ataque do paladino é certeiro e atinge a criatura invisível. Mas a mesma se esquiva e afasta enquanto os outros cercam a área. Segundos depois ela ressurge do outro lado, mas só para ser destruída em uma série de ataques furiosos dos anões.

Depois do combate, a área é revistada e pegadas de pelo menos 1 dia do Chuul é encontrada. A exploração recomeça mas termina às margens do perigoso lago. AS marcas são certas e recentes: a criatura entrou a menos de uma hora no lago. Depois de uma breve discussão, acordou-se que era o caminho mais certo: o lago trainçoeiro no meio da noite.

Após um incidente com um sapo venenoso, um som a frente cham a atenção. A criatura foi encontrada e agora estava abrindo caminho com suas grandes garras lago a dentro. A perseguição se inicia: o bárbaro, mais imundo do que sempre seguia junto ao relativamente limpo paladino enquanto os outros 2 furtivamente seguiam pelos flancos. A criatura se dá conta e tenta a retirada, mas é muito lenta abrindo caminho. Rapidamente, os anões se aproximam, mas 3 tiros saem do escuro, um atingindo as costas da criatura que urra.




Baragor Olhos de prata, de cima de um esconderijo improvisado já armava sua carabina de cano duplo. Estava furioso e gritava impropério: "EU LIMATO FILIOTE DI UM KOBOLD VESGO, ASSUSTOU O TINHOSO E MI FEZ ERRAR A TRABUCADA" . E foi ainda resmungando até que o famigerado caçador foi dominado pelo Dobrador de Rochas, que em segundos o deixou amarrado feito javali pro abate.

O combate se incia alguns metros a frente, a criatura usa de suas garras e de seu tamanho para evitar os ataque dos martelos guerreiros, agarrando-os e tentando paralisa-los com a secreção de seus tentáculos bucais. Porém, a fúria dos anões é maior do que a força da criatura e pouco a pouco ela vai sendo massacrada. Mas, algo no coração de Gond diz que aquilo não faz sentido, ou melhor, faz MUITO sentido. O filho desaparecido de Vanna, a pérola, a fuga da criatura teoricamente predadora... tudo se juntou na sua mente e ele gritou para a criatura aterradora a sua frente: SE VC É KRIL PEIXE FRESCO, ENTÃO PARE DE LUTAR. A criatura automaticamente se afasta baixando as garras, mas uma martelada forte de Krudd a surpreende e desacorda. Ele ainda queria destroça-la, mas o paladino e Gond o impedem tirando-o de sua fúria...  

Vencida, a criatura, antes abominação começou a se desfazer e em seu lugar, restou apenas o jovem anão que ao acordar, de nada se lembrou. Supomos que de alguma forma o alagado o havia amaldiçoado. E isto fica de lição a todos que quiserem lá se aventurar. Vocês podem acabar se tornando o que mais temem: a abominação dentro de cada um.

Ademais, só gostaria de fazer um adendo a como o "poderoso Baragor" caiu diante do medo e da irracionalidade, quase matando o jovem anão, mas sendo subjungado de joelhos pelo nosso amigo Barbapétrea. Gostaria de salientar aliás, que ele ficou parecendo uma novilha amarrada e suja de lama. Mas fugiu, assim que o libertamos. Imagino que não vá dar as caras por estas terras tão cedo.