quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Revelações no Alagado

Esse conto foi narrado por Gond Canto sombrio enquanto fazia uma performance de dança interpretativa na vila de Peixe Fresco.



Após 3 horas de  caminhada dentro do Bosque das Brumas seguindo as margens do riacho, o terreno começa a dar sinais de mudança: As grandes árvores de tronco retorcido dão lugar a plantas menores e mais finas com raízes mais abundantes até que o terreno, abruptamente desce e se torna uma camada lamacenta recoberta de raízes (uma espécie de mangue). Algumas poças grandes cheias de água escura se localizam aqui e ali. O coachar dos sapos enche toda região. Krudd, recém chegado das Planícies do Trovão guia o grupo (c ajuda de cuspe e sorte), resmungando que a umidade iria estragar a carne de porco engordurada que vem trazendo no cinto desde cedo. O resoluto Anão Barbapétrea continua  a não entender o que o seu companheiro de queixo quebrado diz.


Caminhar por este emaranhado de raízes se mostra um teste de equilíbrio e paciência. Nuvens de mosquitos rodeiam e incomodam, mas uma tocha providenciada por Gond Cantosombrio afasta a maioria deles. A exploração já dura 4 horas e nenhum sinal da criatura que rastreavam ou do Capitão Cavalga grifo. 

Anoitece, a escuridão e as sombras tomaram conta do Alagado e com elas a orquestra dos sapos, grilos e cigarras que habitam o local. Se antes era difícil se direcionar, agora, parece impossível, mas graças a habilidade de sobrevivência do ensebado guia o grupo consegue seguir sem se perder até dar de cara com o cadáver de um grande e decomposto grifo. Na queda quebrou muitos ossos e foi empalado por galhos  menores, mas as flechas que crivaram suas asas e o machado de arremesso no seu peito são bem visíveis.

Os principais fatos observados foram: 
*O corpo está aí a pelo menos 10 dias e pertencia a um cavalga grifo (armas da tropa gravados na armadura)
*As flechas e o machado são de manufatura enânica, mas o material da lâmina do machado chama atenção por ser um metal excluvivo do clã Ferro Negro.
*A algibeira do grifo, contendo itens de sobrevivência está intacta.
*Nenhum sinal de seu cavaleiro (nem mesmo rastros, mas o q se justifica pelo tempo decorrido e o terreno)

Após uma investigação minuciosa, e tiradas as devidas conclusões a caça à aberração continua seguindo até as margens de um lado no meio do alagado. Recoberto de lama e raízes, parece impossível andar por ele. Mais uma vez cuspe do guia e o bom senso dos exploradores  decide por margear o lago em busca de rastros.

Minutos depois, algo chama a atenção dos rastreadores: há algumas dezenas de metros a frente, uma luz como a de uma tocha se move lentamente, (Gond apaga a sua tocha imediatamente) . Seguindo com cautela, o grupo de anões segue até uma clareira, onde se ergue uma ruína de pedra e sobre um chão de grandes blocos, um altar. O conjunto parece antiquíssimo, a raízes já tomaram conta de sua estrutura. Uma lança jaz quebrada sobre o altar. O material de que é feita a sua ponta emana uma fraca luz alaranjada.


Após uma atrapalhada percepção de de uma presença maligna próximo ao altar. Krudd e o paladino avançam em direção a ele, enquanto o Dobrador de Rochas e Gond se esgueiram pelos lados. Porém, devido a falta de cuidado Krudd dispara uma aramadilha de lanças que saem do chão ferindo a ele e ao paladino. Resmungando, Krudd destroi as lanças e continua impassível até o altar tomando em suas mãos a lança e em seguida passando para o paladino que começa a analisa-la.

Quase que instantaneamente, uma descarga elétrica queima o flanco de Krudd que ergue seu martelo e olha para o que causou o ferimento. Uma espécie chama branca flutua bem próxima ao ombro do enlameado anão que tem a impressão de ver a sombra d um crânio em seu interior. "Um Fogo Fátuo!" pensa Gond que já avaliava o bloco de pedra par asaber se ali haveria alguma armadilha. Do outro lado, o Dobrador de Rochas fazia o mesmo já traçando sua tática de combate. A criatura ainda ataca com outra descarga o anão fedido e então faz c que sua sua chama se extingue, desaparecendo. Mas o ataque do paladino é certeiro e atinge a criatura invisível. Mas a mesma se esquiva e afasta enquanto os outros cercam a área. Segundos depois ela ressurge do outro lado, mas só para ser destruída em uma série de ataques furiosos dos anões.

Depois do combate, a área é revistada e pegadas de pelo menos 1 dia do Chuul é encontrada. A exploração recomeça mas termina às margens do perigoso lago. AS marcas são certas e recentes: a criatura entrou a menos de uma hora no lago. Depois de uma breve discussão, acordou-se que era o caminho mais certo: o lago trainçoeiro no meio da noite.

Após um incidente com um sapo venenoso, um som a frente cham a atenção. A criatura foi encontrada e agora estava abrindo caminho com suas grandes garras lago a dentro. A perseguição se inicia: o bárbaro, mais imundo do que sempre seguia junto ao relativamente limpo paladino enquanto os outros 2 furtivamente seguiam pelos flancos. A criatura se dá conta e tenta a retirada, mas é muito lenta abrindo caminho. Rapidamente, os anões se aproximam, mas 3 tiros saem do escuro, um atingindo as costas da criatura que urra.




Baragor Olhos de prata, de cima de um esconderijo improvisado já armava sua carabina de cano duplo. Estava furioso e gritava impropério: "EU LIMATO FILIOTE DI UM KOBOLD VESGO, ASSUSTOU O TINHOSO E MI FEZ ERRAR A TRABUCADA" . E foi ainda resmungando até que o famigerado caçador foi dominado pelo Dobrador de Rochas, que em segundos o deixou amarrado feito javali pro abate.

O combate se incia alguns metros a frente, a criatura usa de suas garras e de seu tamanho para evitar os ataque dos martelos guerreiros, agarrando-os e tentando paralisa-los com a secreção de seus tentáculos bucais. Porém, a fúria dos anões é maior do que a força da criatura e pouco a pouco ela vai sendo massacrada. Mas, algo no coração de Gond diz que aquilo não faz sentido, ou melhor, faz MUITO sentido. O filho desaparecido de Vanna, a pérola, a fuga da criatura teoricamente predadora... tudo se juntou na sua mente e ele gritou para a criatura aterradora a sua frente: SE VC É KRIL PEIXE FRESCO, ENTÃO PARE DE LUTAR. A criatura automaticamente se afasta baixando as garras, mas uma martelada forte de Krudd a surpreende e desacorda. Ele ainda queria destroça-la, mas o paladino e Gond o impedem tirando-o de sua fúria...  

Vencida, a criatura, antes abominação começou a se desfazer e em seu lugar, restou apenas o jovem anão que ao acordar, de nada se lembrou. Supomos que de alguma forma o alagado o havia amaldiçoado. E isto fica de lição a todos que quiserem lá se aventurar. Vocês podem acabar se tornando o que mais temem: a abominação dentro de cada um.

Ademais, só gostaria de fazer um adendo a como o "poderoso Baragor" caiu diante do medo e da irracionalidade, quase matando o jovem anão, mas sendo subjungado de joelhos pelo nosso amigo Barbapétrea. Gostaria de salientar aliás, que ele ficou parecendo uma novilha amarrada e suja de lama. Mas fugiu, assim que o libertamos. Imagino que não vá dar as caras por estas terras tão cedo.



14 comentários:

  1. Assim que retornam com a pérola surrupiada, o paladino os aguarda, já sem os espinhos para conversar.

    ResponderExcluir
  2. Nobre paladino... Minha palavra sempre será uma promessa. Aqui estamos de volta com a sua liberdade em mãos.

    ResponderExcluir
  3. *sorrindo abertamente*

    Por momento algum duvidei que voltaria. Quando se luta ao lado de um anão como lutamos, passa a conhecê-lo como um amigo de muitos outonos.

    *a face de Ingvi se fecha*

    Muito pude refletir nessas horas, e muito foi mostrado à mim. A pérola corrompe a alma dos não preparados, e deve ser deixada aqui. Estará à salvo. Não será novamente roubada tão facilmente.
    Uma visão, vista em sangue, me foi revelada.

    *após uma pequena pausa, na qual parece em intensa concentração, se vira para Krudd*

    Krudd, creio que o que vi é de seu interesse. Aquele que cavalgava o grifo conseguiu sobreviver à batalha, pelo menos. Eu o vi se arrastar após a queda, então ainda pode estar vivo, e longe desse alagado. Devemos procurá-lo, e logo. Seu algoz era envolto por sombras negras como uma noite sem luar, e me preocupa pensar o que tal presença maligna faria perseguindo um nobre cavalga-grifo até nosso vale.

    *sua postura se torna menos tensa*

    No entanto, o Envolto em Sombras partiu, provavelmente acreditando ter matado o capitão. Ele não é nossa preocupação... ainda.

    *Ingvi olha então para o sol nascente*

    Uma noite difícil tivemos, repleta de sangue, morte e corrupção. Um novo dia começa, e precisamos nos descansar, pois sinto que nossa jornada ainda será longa, muito longa... E acredito que serei muito grato caso escolham percorrê-la comigo.

    *se dirige novamente à Gond*

    Gond, nós viemos em primeiro lugar para entregar cerveja nas ruínas, não é? É possível que o Cavalga-Grifo tenha se dirigido para lá. Acredito que é um lugar tão bom quanto qualquer outro para começarmos nossa busca.

    Mas só depois de um bom banho, uma boa refeição e uma boa noite de sono! Por Dagda, eu estou nojento!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. GOND MONDENBRINGER CANTO SOMBRIO
      certamente. Nossos contratados ainda estão na vila Peixe Fresco. Descansaremos esta manha, acredito ser de nosso merecimento.
      Viro-me para o monge e Krudd.
      __Vamos descansar, comer e beber. Convido vocês dois a nos acompanhar. Vamos até as ruínas, levar um carregamento de cerveja.
      Começo a caminhar e em seguida viro para Krudd:
      __ Ei zangado... Se vamos caminhar juntos, eu pago seu banho.

      Excluir
  4. BALDRAKUR BARBAPÉTREA

    *respondendo a Gond*

    - Tudo bem rapaz, acredito que posso prolongar essa viagem um pouco mais, antes de tratar do assunto da mina de prata. Mas tudo a seu tempo, primeiro tenho que aplicar um corretivo nesse moleque ladrão de pérolas.

    *Corretivo aplicado, o muleke vai ficar umas duas semanas sem sentar. Então falando para todos:*

    - Agora podemos que retornar à Vila Peixe Fresco para devolvê-lo à sua mãe e receber nossa merecida recompensa. *Coça lentamente a barba, pensativo* Agora que mencionei a sacerdotisa, me lembro que ela parecia estranha com aquela pérola, na ocasião em que nosso amigo mão-leve a surrupiou. Se for verdade o que o paladino disse, pode ser que a alma dela já esteja corrompida. Talvez valha a pena averiguarmos isso.

    *Aproximando-se do caçador dominado, mas ainda falando para todos:*

    - E também temos que levar à lei essa escória.

    *Pedala na nuca dele*

    - Após concluirmos essas pendências, ficarei feliz em banquetear com vocês nobres companheiros, e ouvir a estória que têm pra contar sobre esse carregamento de cerveja e essa ruína. E ficarei feliz também quando você, Krudd *vira-se e aponta para Krudd* , demonstrar mais respeito e parar de xingar minha falecida avó.

    ResponderExcluir
  5. Antes mesmo de aplicar o corretivo no jovem anão, o paladino se interpõe. "Espere um instante Baldrakur, existem variáveis das quais vocês ainda não tem conhecimento e pretendo expo-las".

    ResponderExcluir
  6. *dirigindo-se a Baldrakur primeiro, e depois a todos*

    Aquilo que vimos aqui deve ficar apenas entre nós. O garoto não irá se lembrar de nada do que aconteceu, ele não é uma preocupação.

    À todos que perguntarem, diremos apenas que erradicamos a criatura e resgatamos o jovem das garras da corrupção - nada mais que a verdade, mas dita de uma maneira que se parecerá mais com um conto heroico do que a maldição de um ganancioso ingênuo. Se procurarem uma história, confio que Gond consegue tecer um conto convincente o suficiente.

    *diz então com seriedade mortal no olhar*

    É extremamente importante que ninguém além de nós saiba do tipo de coisa que esse alagado guarda, e muito menos que algo assim reside no meio do vale de Thelsamar. Nunca antes ninguém sofreu nada de suas águas, e atenção demais só traria a morte. Vocês viram que tipo de poder reside aqui, e a disposição deste à paz é mais que demonstração suficiente de que não nos deseja mal algum. Mas há aqueles que temerão um poder maior dentro de seus domínios, e muito sangue será derramado se deixarmos que ajam.

    *novamente se dirigindo à Baldrakur*

    Quanto ao famigerado caçador, caro Barbapétrea, ele já foi julgado culpado e pagou por todos os seus crimes. Ele é um homem livre agora, que não fez mais do que tentar cumprir o trabalho que foi contratado para fazer. Sendo assim, por mais que seja um pedaço podre de esterco de ogro que não mereça o respeito que se dá à um kobold, nada de errado fez, e portanto não tem pelo quê ser julgado, muito menos culpado.

    *com diversão na voz e no olhar*

    Mas é claro, não irei reclamar se certo canário espalhar a história de sua cômica falha ao tentar nos eliminar na caça à criatura...

    ResponderExcluir
  7. Só a título de curiosidade, o que vcs decidirem nesse rp é o q será contado no post principal.

    ResponderExcluir
  8. GOND
    escuto tudo aquilo que o paladino me diz com atenção. Confio no paladino e nos seu julgamento, mesmo que muitas vezes seja radical demais.
    __ Inguiv, foi isso que lhe foi revelado nesse tempo? Quanto ao que será dito a todos, fique tranquilo, se de uma história o povo precisa, uma aventura eles terão....
    Dou alguns passos para o lado do caçador, olho para o mesmo e digo:
    __ Posso assegurar que os canários piarão.
    Saio andando com um leve sorriso no rosto.

    ResponderExcluir
  9. O caçador ainda desacordado desde o encontro c a aberração apenas resmunga em seu sono venenoso " filiotes di uma cabra gorda"

    ResponderExcluir
  10. BALDRAKUR BARBAPÉTREA

    *responde ao paladino*

    - Discordo plenamente de seu parecer sobre a inocência do caçador em questão, ó espinhado paladino. Em primeiro lugar, ele atentou contra a minha vida na taverna, olhou em meus olhos quando apontou a arma à minha cabeça e disparou. Consegui desviar a tempo, mas pelo que me consta isso já é motivo suficiente para julgamento. Me admira vossa paladinidade ignorar esse evento. Em segundo lugar, quando eu o imobilizava no alagado, disse a ele para não atirar contra a criatura, pois acreditávamos que se tratava do menino. Ele disse com todas as palavras que não se importava se era menino ou não, ele iria levar a cabeça e reclamar a recompensa. Sei que isso não configura um crime em si, mas de qualquer forma é um agravante. O assassinato só não ocorreu porque ele foi dominado.

    *Falando agora a todos*

    - Entendo a gravidade da situação aqui, e a necessidade de mantermos esse assunto em segredo. Contem com a minha discrição, e contem a estória da forma que quiserem. Somente peço que não mintam e que não adicionem ao relato uma vergonhosa dança performática de um marmanjo barbado *olha de canto de olho para Gond*.

    - Bom, se não têm mais a adicionar, peço a licença dos senhores para aplicar ao nosso querido garoto lagosta seu merecido corretivo.

    ResponderExcluir
  11. Puxo o paladino de lado e digo somente a ele:
    __ caro amigo, nao acha que o barbapetria esta correto? Ele realmente tentou o matar na taverna e nós mesmos fomos testemunhas de tal fato. Sem contar aquela arvore que caiu sem nenhuma explicação. Tb acredito ter sido o mesmo. Sem contar que se deixais ele livra o mesmo virá atras de nós devido a vergonha e humilhação que o fizemos passar.
    __ quando ao corretivo no garoto, ja que faz tanta questão, acho justo, mesmo o garoto nao tendo matado ninguém e ser apenas uma vitima da pérola...
    Falo isso na intenção oposta, esperando abrir os olhos do monge.

    Afasto-me um pouco e digo começando a sapatear e encenar os movimentos do combate.

    __ A dança faz com que o conto ganhe mais vida, ganhe a veracidade que deve ter. Acho bom se acostumar. E fique tranquilo, terão seis méritos muito bem representados.

    ResponderExcluir
  12. Caro Baldrakur, sim, sem dúvida tentará se vingar. Mas acha realmente que qualquer julgamento de nosso povo condenará uma briga de taverna onde ninguém se feriu? Não haveria uma viva alma livre em menos de um mês! Que atire a primeira caneca aquele que nunca presenciou ferimentos gravíssimos ao som da canção de um bardo e insultos dos mais vís, por apenas uma cerveja derramada.
    Sem contar que foi você que começou ao interferir em seu negócio, querendo ou não... Mas eu faria o mesmo se tivesse ouvido o que ouviu.

    *virando-me para todos*
    Sim, ele é a escória do vale e virá atrás de nós procurando vingança. Mas apenas quando realmente nos ferir teremos o direito de leva-lo a julgamento, novamente.

    E quanto a atirar no menino, foi só depois de ele estar imobilizado e tanto eu quanto Krudd deixarmos as marcas de nossos martelos em sua corrompida carapaça é que gond finalmente conseguiu fazer o garoto recuar... e mesmo depois disso, Krudd o derrubou. Somos ainda mais culpados que ele, nesse aspecto.
    Não só, mas isso jamais poderia ser um argumento pois revelaria que o garoto foi transformado, algo que nunca poderemos dizer.

    *novamente me virando para Barbapétrea*
    Não se preocupe, Baldrakur. A justiça irá encontrar esse kobold barbado novamente um dia... mas infelizmente, esse dia não há como ser hoje.

    ResponderExcluir
  13. já que o bárbaro nada disse, eu imagino que ele tenha ficado nadando na lama. Logo preciso de saber o que vcs dirão sobre: o monstro, o menino e o caçador. Ou preferem dizer na hora?

    E

    ResponderExcluir