Localizada quase no centro do Vale dos reis, e ultimamente palco de tragédias,a Mina Pedra-funda sempre foi, segundo o antigo dono um negócio promissor. Mesmo não possuindo produção extra de prata, Ga´ur Pedra-Funda sempre apostou suas fichas naquele lugar. Cravada na rocha, a mina sempre foi a fonte de prata do Vale, mas perdeu o posto depois do massacre causado alguns meses atrás. Isso causou atraso na produção de alguns itens manufaturados, pois a prata precisava ser importada de fora, dando prejuízo aos artesãos.
Porém, a mina tem um novo dono. Baldrakur Barba-Pétrea. E prometeu para as irmãs Pedrafunda, que lhe venderam a mina, que faria o melhor por ela, reconstruindo-a, melhorando-a e produzindo, como fazia seu falecido irmão, a melhor prata do Vale.
Depois de iniciada a prospecção de pedreiros e material para reconstrução da Mina, Baldrakur encontrou junto com uma bela pepita de pura prata um diário pertencente ao último dono. Coisas sombrias se revelaram ali naquelas folhas.
Percebe-se pelo conteúdo do diário que Gaur Pedrafunda era um exímio administrador
de pessoas. Ele pesquisava a vida de seus contratados a fundo só aceitando os anões
do mais ilibado comportamento, sabia o nome de cada um de seus mineiros e
enviava mensalmente cestas de alimento a suas famílias.
Também era um detalhista (o que já se notava pela forma com que
organizou o livro de contabilidade e estoque da mina), falando sobre cada veio que havia descoberto.
Mas parece que no último ano havia encontrado algo anormal, e é disso que se
tratam essas linhas. (informações destacadas, pois ele escrevia todos os dias)
11
meses atrás.
* Mais um dia de escavação tranquilo, mas
Gorge Justafome parece que topo com uma grande rocha no caminho, vamos ver como
retira-la amanhã.
* Maldita rocha terei que
explodi-la
* parece que a rocha é composta
de quase inteiramente de chumbo. Se houver prata ela deixa de ser um estorvo
para ser um prêmio.
10
meses atrás:
* Demorou muito mais do que o
esperado, mas a “desmontagem” da rocha se mostrou lucrativa. A extração de
chumbo daquela pedra foi superior a de todo o mês passado e encontrei um belo
pedaço de prata na parte de da rocha.
Uma pequena fissura parece
levar para uma caverna natural subterrânea. Vou investigar.
8
meses atrás
*
Abrir o chão de rocha foi trabalhoso, mas já podemos passar um anão com
segurança, 3 metros
abaixo, a fissura se abriu e nos mostrou que realmente existe uma caverna.
Estamos montando o elevador.
*
Somente eu, Gorge e seu irmão Gurge descemos na fissura. Eu desci na
frente. Por 10 metros eu desci na
escuridão, vendo apenas o chão abaixo de mim. Era alagado por água que corria
silenciosa no chão rochoso. Logo que desci e iluminei o local, meus olhos se
iluminaram com os veios de prata que saltavam das paredes nuas e pequenas
pepitas simplesmente jogadas nas margens do leito. Um tesouro se abria diante
de meus olhos.
A
temperatura e humidade da caverna deixavam o clima agradável, pelo menos 13
graus. Encontrei um corredor rochoso que seguia para norte. Enquanto aguardei
meus encarregados descerem. Eles tb se maravilharam com o que viam. Enquanto eu
mapeava a sala, os 2 faziam medição da pureza da prata e quantidade de chumbo
superficiais. Aquele lugar era quase prata pura. Poderia explorar por anos apenas esta
caverna. Ou aumentar minha produção sensivelmente.
Após
horas naquele local, eu quis retornar no outro dia, mas meus encarregados
estavam demasiado empolgados. Me convenceram a adentrar no corredor norte. Tb,
empolgado com tudo aquilo, deixei de lado a segurança e seguimos adiante. A
caverna subia vertinosamente tornando-se mais largo e mais baixo. (3x1,5). As
pedras escorregadias dificultavam a subida. Chegamos a uma fissura na pedra.
Por onde ouvias-se água corrente, mas era profundo, pelo menos 20 metros . Saltamos e
encontramos mais 2 túneis. Seguindo pelo central desembocamos em outra câmara
coberta de veios de prata. Era bom demais para ser verdade.
Foi
quando ouvimos um som, de trás de nós.. um guincho, ou chiado alto. De machado
em punho recuamos para a encruzilhada, mas ali nada havia. Gurge disse que um
morcego da mina pode ter entrado atrás de nós. Assim eu esperava, mas nesse
instante o guincho explodiu do nosso lado, e das sombras de um dos túneis, só
pude distinguir 2 grandes asas púrpuras se abrindo. Nãoo consigo me esquecer
mutantes dos padrões daquelas asas, eram aterrorizantes mas hipnóticos. Entre
elas, olhos brilhantes escondidos em um corpo negro. Aquela coisa era muito
grande e agarrou Gurge. Antes que nos déssemos conta ele berrava sendo
dilacerado pelo que devia ser as garras da criatura. Gorge a atingiu, ela
guinchou e uma nuvem escura tomou o local. Comecei a me sentir fraco e confuso.
Foi quando Gurge gritou: CORRAM TOLOS e empurrou a criatura para dentro do
túnel de onde ela saiu. Tive que puxar Gorge para longe da encruzilhada.
Descemos em uma velocidade alucinante escorregando pelas pedras.. Cheguei a
quebrar o pulso no impacto da descida. Logo estavamos na caverna principal
subindo a corda. Gorge quis retornar, mas eu o impedi dizendo: Nós voltaremos
aqui preparados, não há nada que se possa fazer por seu irmão agora. Não conte
aos homens o que houve. Deixe que eu falo. Gorge apenas assentiu c a cabeça.
Lá em
cima, disse aos homens que havíamos descoberto uma mina de gás venenoso e Gurge
havia caído nela. Mandei que se sela-se o buraco e nunca mais aberto.
6 meses atrás
*Gorge
n retornou de sua viagem ao norte. Um montanhista achara seu corpo na estrada. Malditos
bandidos. Enviarei 2 anos de salário para a família dele. Talvez assim, minha
culpa não me atormente tanto. Antes de partir, Gorge disse que procuraria os
Senhores das Rochas para dizer o que aconteceu. Discutimos e ele então se foi.
*Todos
os dias visito o selo que construímos na fissura. Mas hoje tive certeza que vi
a rocha de toneladas se mover. Mandarei construir vigas para fixar o lugar.
*Talvez
Gorge tivesse razão, os senhores das rochas poderiam resolver o problema do meu
veio e não apenas fecha-lo. Temo pela vida de meus mineiros. Durante o
amanhecer e durante o por do sol, posso ouvir arranhões vindos do outro lado da
pedra,