Depois da tragédia que se abateu tão repentinamente sobre o jovem Dargo Rocha-pura e ainda sobre Krudd e 5 outros anões fica a questão: O que queriam os ogros na Mina de prata? será que teriam um encontro com alguém? pelo menos foi o que pode se inferir pelas pegadas achadas na mina.
E, será que esse encontro, se for o caso, tinha algo a ver com o ataque dos kobolds? Com o "sharrum"? O espírito amaldiçoado de Tugab, o líder do bando aguarda para ser interrogado pelo primeiro clérigo poderoso o suficiente que pisar na cidade. Talvez perguntas bem direcionadas elucidem um pouco mais o caso que se envolve em brumas escuras e perniciosas. Alguns anões evitam falar dos acontecidos, pode trazer má sorte.
Quanto ao Capitão Martelo Atroz, ele continua trancado em sua fortaleza e nada fez desde que Hrum caiu na Batalha do Vale da Pedra Lascada. Não quer ver ninguém e ninguém o vê.
São tempos negros para o Vale-dos-Reis. Espera-se que com a reconstrução da mina peo Barba-pétrea, a sombra de morte dali se dissipe.
----------------- 01 MÊS APÓS O EVENTO COM OS OGROS - DIA 20 DO MÊS DAS FLORES
Thelsamar encontra-se agitada, tanto com a
notícia de que na distante Karanos, já se prepara a cidade para a Grande festa
da Cerveja, quanto para os preparativos de logo mais a noite. É que hoje, no
vale, é o dia de relembrar os que pereceram na tragédia de Thor Modan, onde 2
mil anões pagaram pela cobiça e traição de uns poucos.
Uma grande mesa foi montada na praça de
comércio, onde um jantar será servido aos anciões que contarão suas lembranças
e entoarão cânticos de paz.
O romance de Gond e Grina já é público e os
dois passeiam livres pelas campinas dos Cevaprata. Uma vez que foi feito o pedido
formal, eles não são mais motivo de fofoca.
A noite chega, e com ela o jantar e as
histórias. Todos os anciões, exceto o capitão Marteloatroz e o explorador Barba-curta estão presentes e Mama Grenda é a primeira a
recitar as histórias que sua mãe lhe contou, e, a cada frase, um outro ancião
acrescentava outra lembrança ou fato:
_ "Construída
para ser a primeira cidade do vale, Thor Modan se ergueu rapidamente durante a
primeira marcha dos conquistadores. Idealizada assim como a poderosa Altaforja, a
cidade/forte foi escavada e moldada na rocha pura, bem na base das montanhas
que cercavam o vale a Oeste.
Dizia-se que a prata
que brotava de Thor Modan inundaria de riquezas o vale dos reis. Até mesmo
gigantes foram usados como escravos para escavar as famosas minas da cidade.
Mas, 1 década depois
de sua construção, abateu-se sobre a cidade um terrível mal gerado pela cobiça
de alguns: Arkondas e Nargras, 2 dragões de prata surgiram dos subterrâneos da
cidade. Na forma de anões, tentaram negociar a divisão das terras, mas, depois
de 3 dias, nada havia sido concedido aos dragões e estes, fizeram um aviso aos
anões que invadiam sua casa: “Saiam de nosso lar ou os expulsaremos nós mesmos.”
Aproveitando-se da ausência de Kardros Martelo-selvagem e Madoran Barbabronze, Trastus
Sangue-de-prata, líder do orgulhoso clã que regia a cidade recusou-se a sair ou
a negociar e então matou Nargras, assassinando-o. A fúria de Arkondas recaiu de
tal forma sobre a cidade que nem sequer houve tempo de enviar ajuda. Todos pereceram, exceto as crianças, cuja
cobiça dos mais velhos, ao tinham culpa. Duas mil cabeças de anão fora deixadas
muralhas de Thor Modan.
Dias depois, quando
questionado sobre vingança ou retaliação, Madoran Barba-bronze deu as ordens
para que as ruínas se tornassem lugar proibido por 3 séculos e disse em
resposta: eu faria o mesmo que Arkondas fez, que esse dia seja lembrado por
todos e que sirva de lição a todos nós e os que vierem depois de nós.
Hoje, é o dia em que
se ascendem fogueiras e se entoam canções de paz para os 2 mil anões que
pereceram aquele dia. Hoje fazem 300 anos em que foi proferida a proibição pelo
respeitado conquistador..."
Uma voz mais alta corta o discurso dos anciões:
E hoje, essa proibição tem seu fim. !
Um anã velhíssima apoiada em um cajado invade a
área reservada aos anciões. 4 anões o cercam, com capas, mas visivelmente
vestidos com meias-armaduras. Mais trás, percebe-se que outros aguardam de
longe.
Malte do trovão, furioso ergue-se de sua
cadeira: Quem vc pensa que é para interromper os rituais da Noite Velada?... Em seguida, o corpulento malte do trovão assusta-se com algo que viu na anã e
se cala... Sim, meu jovem... vc
reconheceu bem esse brasão. Sou Asabelle Sangue-de-prata, a última de meu clã e eu, meu jovem, vivi
aquela noite em que Arkondas ceifou a vida de 2000 anões. Sou também, por poder
de meu sangue, regente de Thor Modan.
Asabelle Sangue-de-prata
Osmos, percebendo o clima tenso, se adianta em
ser cortês: Ora, seja bem-vinda Matriarca Sangue-de-prata, vcs e os seus são
bem vindos e nossos ritos. E estamos ávidos pela sua versão da história. (os
outros anciões apenas aceitam com a cabeça). A velha, toma seu lugar onde seria
o lugar de H’rum. Sendo servida de cerveja pelo descamisado paladino, ela olha a todos em torno, o
cochicho do povo se tornara alto e ela então bate com seu cajado no chão de
pedra fazendo um estrondo. A voz da velha é alta e podrosa:
"Me parece que a história não foi contada como
deveria: não que tenha sido mal contada ou que o final educativo não tenha seu
mérito... mas gostaria de contar a minha versão da história, e que a verdadeira
adentre os corações daqueles que souberem diferencia-la de contos e fantasias.
Pois bem, o que não é contanto é que Thor
Modan, Cidade de prata ou Jóia dos conquistadores foi escavada com o sangue e
esforço de meus ancestrais. Somente se ergueu porque os Sangue-de-prata se
dispuseram a tal feito. E somente FOI VIÁVEL porque MADORAN BARBABRONZE quis
explorar aquele imenso e infindável veio de prata. Ele vislumbrou o futuro
glorioso do vale baseando-se nas terras férteis, nas florestas de madeira boa e
principalmente na imensa mina de prata que haviam descoberto os seus.
Doze anos depois de construída, a cidade –
fortaleza parecia inexpugnável e legiões de anões já mostravam interesse em
descer as terras recém-descobertas. Foi dada a regência de Thor Modan aos de
meu clã, sempre que Maldoran não estivesse presente e nestes dias de glória ele
guerreava cantra kobolds bem aqui nessa região de colinas verdes e campos
férteis. Me lembro de minha mãe, nos jardins suspensos, me ensinando como
plantar beterrabas e tomates cereja em vasos acima do chão.
Lembro também do dia em que o casal de anões,
com olhos e barbas prateados vestidos em mantas brancas surgiram de dentro da
mina. Ele Arkondras, ela, Nargras, a mim pareceram um par de heróis épicos
caminhando entre os mortais. Eles impunham um imenso respeito a todos nós da
cidade que os víamos subir as escadarias de pedra até a fortaleza.
Por três dias as portas da fortaleza e também
as da cidade (por ordem de um jovem capitão Barba-bronze) se mantiveram fechadas, muitos
queriam sair ou entrar, mas não foram permitidos pelos guardas.
Na manhã do terceiro dia, meu pai desceu até a
cidade e conversou com o povo que aguardava. Ele nos disse que havia decidido
fechar a mina, mas que Thor Modan não morreria por causa disso. A fúria entre
os ouvintes foi instantânea. Percebendo que os causadores daquilo eram aqueles
estranhos anões, muitos começaram a agredi-los verbalmente. Então eles
retornaram para a fortaleza, e nós também. Naquela noite ouvi gritos de dor e
horror e um rugido ensurdecedor, que deve ter acordado toda cidade. Lembro de
minha mãe entrar desesperada em meu quarto, dizendo que o jovem capitão Barba-bronze
havia cavado a cova de todos nós. Lembro-me da porta de meu quarto ser moldada em
uma passagem e aquela cabeça prateada e reptiliana imensa entrando por ela. Ela
olhou para mim, e minha mãe acertou-a em cheio com o machado de meu pai; a
criatura recuou, mas então, em seguida, minha teve metade do corpo arrancado pela mandíbula da criatura. Novamente ela olhou para mim, ela percebeu meu ódio
e eu o dela. Ficamos assim por não sei quanto tempo. E então ela se foi.
Durante toda a noite que se seguiu ouvi os gritos dos anões ecoando por toda a cidade.
Pela manhã, caminhei na companhia de outras
crianças em direção a porta, agora aberta. Lembro que ela se fechou, depois que
todos nós tínhamos saído. Lá fora, outros anões nos acolheram... bem, todos
conhecem as palavras de Maldoran.
O que não se conhece é que quem matou Nargras não
foi o meu pai, mas um barba-bronze. E Maldoran sabia disso, para que a culpa
não recaísse sobre o seu nome, escondeu a verdade e proferiu as palavras
genéricas que livrariam seu nome da vergonha e da desonra.
Nesse momento do discurso, o velho Malte do
Trovão se ergue novamente: espere ai sua
velha, está difamando anão mais bravo e corajoso que pisou nestas terras...
Os anões Sangue-de-prata Poe instantaneamente a mão em suas armas. Mas param c
um movimento da velha.
Como eu disse, caro Malte do Trovão, é a MINHA
versão da história, deve respeita-la como respeito a sua. Ademais, já estou de
saída. Só gostaria de deixar um convite àqueles que desejam, como eu,
reconstruir Thor Modan. Um grande contingente de anões está se reunindo nas
cercanias da cidade. Iremos entrar, e reconstruir o que foi destruído. Se
Arkondras aparecer, negociamos com ele, como deveria ter sido feito há 300
anos.
Vc é Louca, E vc cego.Aguardarei e receberei
a todos que queiram participar do renascimento da jóia dos Conquistadores.
... a discussão
sobre o fato segue por toda a madrugada, e os ritos à paz não podem ser
retomados... amanhece outra vez no vale dos Reis.
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